De volta

Eu rabisco com os olhos

o bloco de notas mais virtual.

Desvirtuosamente as palavras borbulham

sob a pressão de estar de volta.

De volta; a madrugada, a escrita.

Devoto ao sentimento que grita.

Não que fui silêncio, não fui.

Há sempre um palpitar de arte, detectável,

mas ajustável a devaneios no banho

a momentos pequenos, nos quais versos passam correndo

e não encontram uma insatisfação que os segure.

Ela dorme e as pálpebras e o sorriso dela, descansam.

Eu penso, dispenso, repenso, retenho e me canso.

Preciso ser melhor. Preciso estar de volta

pralém da vida do sossego,

pralém da paz do aconchego,

pralém da expectativa de derrota.

A revolta, a primeira a voltar,

me escoltará pra longe do porto.

Tô vivo ainda, aos trinta, e seguindo...

"Vou indo"...

E no embalo desse verso torto

realinharei meus desconfortos.

(um pouco).

De volta; a madrugada, a escrita.

Devoto ao sentimento que grita.

Hygor Marques
Enviado por Hygor Marques em 09/05/2024
Código do texto: T8059444
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