Madrugadas

Contando o tempo,

Me perco nessa ressaca.

Ressaca de ódio, de amor,

De orgulho, de pena.

Um soco na boca,

Que dói no coração...

E os olhos não acreditam,

Nessa imagem turva e

Tosca que se forma.

Mas daí vem a luz,

No meio da escuridão.

Em tempos como esse,

Todos vêem tão bem.

As árvores com seus brilhos,

O vermelho bem pintado,

E eu todo de preto,

De luto.

São tempos assim:

Que se aprende a viver novamente,

Que se dá e se dá novamente,

Que se aprende a amar novamente.

Ou tampouco de tal forma,

Afinal, aprende quem quer,

E quem não quer,

Se mantém no escuro.

Pancho
Enviado por Pancho em 06/12/2005
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