A Nobreza contra a Ignorância
A verdade cuspida na cara
Não há muros, nem furos, nem mágoa
Mas sobram invenções pra fugir
A nobreza de não responder
Face a ignorância de ser
Só o que se está acostumado a saber
Próprio do ser que não segue um porquê
Mil maneiras de se dizer a mesma coisa
Mas os monólogos monossilábicos
Insistem em se repetir
A nobreza de saber se calar
Face a ignorância de acreditar
Só no que se está acostumado a palpar
Próprio do ser que pensa saber andar
Não há mais contas nesse rosário
Gastaram-se com o uso excessivo
O frio e obvio destino do santuário
Triste e decadente
Outrora tão persuasivo
Autoridades presentes
Fazem-se ouvir pela importância
Esta que os molda e emburresse
Por darem-se a ouvir a ignorância
Do demônio sou o filho viciado
Que estraga e incomoda o acomodado
Que estorva a sua vida medíocre
De eternamente ser e estar
Meu pacto com o diabo é tão verdadeiro
Quanto à vontade deste mundo imundo
De sair do lugar
A nobreza de saber sonhar
Face a ignorância de esperar
Só o que se está acostumado a aceitar
Próprio do ser que corre e não consegue chegar