NO FUNDO DO MAR

Olha só essa imagem, mastigada e vomitada pela morte, nem ela aguentou o sabor amargo da carne, nem ela repetiu a dose, quem mais irá olhá-la se nem a Dama Fúnebre da noite quis levá-la? Só eu, corajoso, ainda a admiro num reflexo turvo, aqueles cabelos longos e negros dançam vivamente ao sabor da brisa da noite, cravados simetricamente em um crânio cheio de tristezas e ódio... Lá está, no fundo do mar, no espelho d'água e em todo lugar esquecido, lá está esquecida, minha imagem, aos olhos alheios, lá está como aqui estou... Confuso...