URBANIMAL

Eu venho de longe, trazendo todos esses traços

Caminho confuso e diariamente ferido

Sou a lágrima que corre na face do deus

Sou a palavra não dita nesses sonetos criativos

Eu sou o abraço não dado no filho querido

Sou o adeus do amante, a dor da despedida

Sou a alma nua que desce da montanha

Que se torna mar e céu, pra voar!

E eu caio...

As gotas dessa chuva lavam minha memória

Um triste ser esquecido no canto escuro de algum coração

Sou a mancha na sua ternura, o dia sem o amanhã

Sou o ser que vaga no deserto das probabilidades

Eu sou o choro da criança, o silêncio da morte

Sou o amor esquecido, sou o luar sem estrelas

Sou o poema sem vida, a arte sem alma

A canção sem voz que busca seus lábios

E eu caio...

O mundo me vê como teme ser

As pessoas não entendem a dor da redenção

Esse ser que erra nessas ruas vazias

Buscando o elo entre ser e existir

Mas o mundo não vê

Como o espírito chora

Longe de casa, longe do início...

O que fizeram de nossa casa?

Onde deixaram nossos ideais?

Onde foi que tudo perdeu o sentido?

Por que silenciaram suas almas?

Grite! Grite!

Acaso o deus também não chora?!

Jogue essas palavras ao vento, semeie eternidade!!!

Debruço-me no seio da terra e toco sua dor, acalantando o fruto de seu ventre eternal!!!

Tomverter
Enviado por Tomverter em 30/01/2008
Reeditado em 17/07/2012
Código do texto: T839282
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