Dilema dialético

O intra-esférico esquema de formas translúcidas,

contrastante com a necessidade verbal idiossincrática,

acaba formando metas falsamente lúdicas,

num vai e vem interlocutor da prática.

Não quero álcool, pois estou exausto.

Não afio a navalha por estar desleixado.

Não vejo o inferno na divina gargalhada de Fausto.

Minha percepção diz o que já foi enxaguado.

Não vejo o que fiz nesta folha de papel,

pois o formar das letras não condiz com minha sobriedade.

“Nunca leia o além das minhas rochas transcendentais”;

nada do que vê te trás alacridade.

Fisguei minha mente tresloucada,

num acesso de poesia embriagada...

Envergonho-me ante minha anti-lucidez,

enquanto tudo é exposto na bancada.

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 12/02/2008
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