NAS MÃOS DE UMA MULHER
Nas linhas apressadas
que eu leio, vejo um mundo
de riscos e mistérios.
Das mãos de menina, sobraram
aromas de sonhos pueris.
Nas mãos da mulher, a fome
de matar o próprio medo.
Desvendar segredos, que ela
nem ousa revelar...
Nas roucas linhas, nos afoitos
rabiscos...pulsação acelerada.
Essa mulher-madrugada, veste-se
de luas, quando revela-se humana.
Mas quem é ela afinal?
É um silêncio anormal, que agita
seus ciclos, seus números, e
suas pupílas.
Ela é feita de argila e alma
de sol e de sombra...
Ela é a própria criatura, que
o homem tanto desejou estar...
Bem assim, nas mãos de uma mulher.