Confissões para Enganar a Dor.

Ouso parar.

Para não não sofrer.

Para não chorar.

Ouso não sentir, embora a dor exista.

Mesmo depois de ingerir analgésicos com coca zero.

E daí, se ela não passa?

Sou tão forte que me assusto, por isso choro.

A fragilidade é uma arma.

Uso-a para abater aqueles que me ameaçam.

Foi o i-ching que me ensinou.

Se sou forte, porque dói?

Uma resposta que não tenho.

Não sou sábia, apesar de forte.

Será essa a tal resposta?

Fujo da vida entendiante e real

Vivendo dores e amores inventados.

Até que me façam muito mal.

Por isso a pausa:

Para respirar e (re)aprender a amar.

Escapei da cruel vida real.

Pranteando um sonho encantado.

Encantei-me com a vida, entre uma crise e outra.

E o fiz muito bem.

Não sou prática, mas há coisas nas quais sou boa.

E o melhor é que tais coisas fazem-me muito bem.

Não fiz versos, nem mesmo prosa

Meu discurso não tem forma.

Mas enquanto escrevo não lembro

Da cefaléia que me paralisa

Em desagradáveís calafrios.

Por isso a pausa.

Vou dormir.

Quem sabe passa?

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 11/03/2008
Código do texto: T895894
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