O relógio...
Ele está parado.
Observo...
Observo...
Sim. Parou.
Porém, permaneço a pensar,
Permaneço a olhar...
Seus ponteiros ali, somente apontando um horário...
Seus ponteiros imóveis sem sentido...
Lá na parede...
Eu ereta frente à ele.
E o mundo gira.
O mundo gira ao meu redor.
Permaneço a pensar...
Observar.
Duas vezes ao dia esse relógio estará certo...
E no restante, de nada valerá...
Por duas vezes eu posso confiar em sua resposta...
E no restante, ele falhará...
Por duas vezes no dia... a hora estará marcada...
E no restante, apenas lembrará...
E eu observo.
O mundo gira e eu observo.
Sim, ponteiros... como me identifico com vocês...
A hora marcada certa apenas momentaneamente...
Eu acertando amores erroneamente...
Porém.. duas vezes ao dia, estou certa...
Você marcará as horas...
Ora eu te observo...
Ora apenas olho.
E o relógio volta a funcionar...
O atraso das horas mostra quanto tempo perdi observando...
E quantas horas felizes poderiam ser contempladas...
E o relógio grita! Corra... Corra!!!
Agora estará sempre errado...
Estará. Sempre atrasado...
Eu estarei correndo contra o tempo, errando amores certos...
Sem observar... Sem olhar...
Apenas correndo... atrasada...