Incógnitas...

A hora estava marcada,

Eu estava sentada...

E a sala vazia me convidava a imaginar...

Quantas pessoas amei incondicionalmente?

Enquanto lágrimas caiam dos olhos sozinhos pude refletir...

Estas mesmas pessoas não estão mais aqui...

Quantas pessoas assassinei com minhas palavras rudes?

Enquanto minhas mãos apertavam eu comecei a me digerir...

Relembrando atos insanos e impensados que já cometi...

Quantas pessoas sonharam comigo tão caladas?

Enquanto observei o teto as lágrimas secavam ao ar...

E o coração apertava ao tempo que parava para nessas pessoas pensar...

Quantas... quantas choraram por mim e eu nem sei?

Quantas dessas eu amei?

E elas choraram sem precisar...

Quantas... quantas eu poderia ter conhecido...?

E por medo, covardia ou destino passou despercebido...

E uma vida feliz com estas, não pude desfrutar...

As lágrimas correm...

Arrependimento...

Dor...

Solidão, sentimento...

Pensamento... amor...

Quantas... quantas se sentaram aqui?

E no meio de suas reflexões estive...

Entretanto, nunca me contive...

Sempre me enganei em não notar...

Quantas... distantes ou perto...estiveram...

Sempre com braços abertos se puseram...

Eu me ceguei...

Não... Não enxerguei...

Quantas... quantas dessas pessoas são felizes hoje?

Enquanto eu me ponho a alimentar minha agonia...

Todo o tempo... noite e dia...

Em perceber-me só sem tê-las...

Quantas... quantas ainda pensam?

Ainda de esperanças se alimentam...

Como podem estar?

Qual dessas será?

Quem delas me esperará?

Quando tudo findará...

E recomeçará.... ?

E no final... será outro alguém...

Revendo sua vida como outrém...

Assim também.... como eu o fiz...

E no final... pensará esta pessoa...

Quantas pessoas a amaram... quantas choraram...

E eu, de um lado oposto a espero...

Revendo seus atos impensados que me assassinaram...

Revendo sua cegueira insana quando me negou...

Simplesmente esperando...

Simplesmente a amando...

Simplesmente a perdoando pelo tempo de espera...

Recebendo do tempo uma segunda chance...

E dentro do tempo, tendo a chance de me auto-perdoar...

De amar...

De esperar...