Lacônico espaço unescrito

Sob sons de sax em macieiras

Tons de tablas enfileiradas no jardim

Folhas que cai na invernada de verão.

Quem sabe Kurosawa seja o inconsciente de cada um.

Como será a árvore que te representa?

Sou papiro egípcio

Calcado no tempo

Tendo a vida o desencontro

A busca de teus olhos

Sendo a vista a leitura eterna.

Se a eternidade se faz da continuidade

Ou de como sobreviver na inexistência

Somos concretos enquanto sentidos

E profanos ao sermos lidos.

A vida penosa de milhões

Ao deleite de prazer de alguns.

O segredo de interceder

E mudar o sentido do destino

Apenas algumas folhas.

Apenas um punhado de grama que for.

Sou poeta das avessas

A gravura da arte de sangue

O esmalte do congelamento precoce

A cor de um filete escorrido

Ainda ouço Jan Garbarek.