Dá licença, saudade
Há quem pense em seu mais excêntrico íntimo
Que essas dores da saudade que eu conto
Sejam provas de fraqueza, puro pranto
'Inda assim destes versos são vedetes
Céus!
Que neles nada dessa saudade povoe
Que a angústia não lhes tome a mocidade
Pois se aqueles versos tem beleza e amor
É porque sinto o que sei da saudade
Houveram tempos, bem que sei, há pouco
O vetupério em mim era rei, era verdade
Foi-se tanto tempo, sobrevivi!
Os sonhos, almejos... maldade
Adeus, sonho utópico!
Deixa-me livre, deixa ter vontade
Abandono-te agora, meio que jogando no ar
Mando-te um beijo em silêncio
A vida precisa passar.