Sofrimento duradouro
A dor que amargurou
Impregna meu corpo
Com a carniça
Que ficou para trás,
Fazendo-me de cúmplice
Do que um dia foi
E já não é mais,
Porém numa floresta
Deparei-me a perder
Os detalhes do caminho
Que me levaria
A isolação do absurdo.
Uma vitima do cônjuge
Deflagrada a deriva
Do medo descomunal,
Cultivada na demanda
Que floresceu o desencontro
E o que deveria ser encontro
Sacudiu-me sem parar
Procurando o espaço
Para esmaecer
O pouco que resta do meu ser.
Na varando do descanso
Fica a fé que não morre
E por trás da ilusão
Vem o que trafega
Nas profundezas
Do coração cansado
Te tanto cair sem topar
Na vereda cruel
Que me desdém a hospedar.