A MORTE

A morte é uma recolha

Afaga em sim

Embala em mim

A saudade

Até dormir

E suster a mente

Num sonho

Até eu ver

Estrelas docemente

Comidas pelo mar

E esperar

Em sinestesia

A alegria e a Pureza

Do peso das almas

Quem me chamam

Sempre além do tempo

Em espera

A cada hora gasta

Pelo roçar do ouro

No pó do destino

Há quem me chame

A meio percurso

O que dizem que a vida

Está além dos dias

Já não reclamo

O meu direito

Eles não entendem

Este sossego:

Parar é viver consigo

E não suportam

E não entendem

Que a morte

Pode ser agrado

De que não queira

Correr os dias