ADOLESCENTES

É incrível como se deitam

E viram a cara

Sobre as memórias mais negras

À procura da luz que os trará

À beleza desprezada

Dos momentos inconscientes.

Cerram as mãos no ar indiferente

Quem têm de todos

Desses que sofrem da mudez dos sentidos

Por terem crenças mais fortes

Que as certezas de não serem eles

E nós

Todos os seres

De Deus e do Demónio

A eles dados e prometidos

Todos os dias

A cada passo

A cada fumo

A cada gozo

A a desgostos

De não sermos homens

Desde a nascença

Mas termos nome

E existência.

Eles são um e todos

Entre estas vidas

Até ser nelas mais que tristeza

Até serem a vida e a beleza

De já não serem adolescentes.