à rosa

O poeta esta rude, o tempo seco

o cair da chuva alimenta as rosas

mas não as leva para Meca

estás presa junto a teus lençóis

loucura faz-se normal diante dos fatos;

não os transpõe, estás flutuando

sobre um ideal que nem tens

vives a espera do louco amante impávido

Sonhas a galope num cavalo junto a teu amo

estás martirizada, luta contras teus carmas

entretanto rende-se aos apelos vãos da monotonia

expressada na benevolêcia

Serás a incoerência impregnada

junto aos mais coerêntes sábios?

Oras dirás ao pular de um prédio

junto a um pronto-socorro

Queres morrer fugir; mas não,

sua inconstância a faz viver

num segmento tortuoso, errante

sem ponto de calmaria ou enjôo

Viver, na mais primitiva essência

é doloroso, a dualidade é cruel

para pobres andarilhos poetas

mas deixar-vos viver convosco

Ventos do sul, afagam suas pétalas

estás delirante exalando prazer

porém a chuva a leva para

horizontes longínquos dentro de ti

Transgride diante do sol místico

esconde-te debaixo das pálpebras

e sai de si.Oh!! rosa não sejas efémera

pois teu ardor marca o poeta

Brota-te do asco e do medo

perfura o espaço

caminhe sobre os mortos

equilibra-te na terra não no devoluto.

Fábio Teixeira
Enviado por Fábio Teixeira em 15/05/2008
Código do texto: T991257