Ser e Não Ser
 
E como entender eternidade?
Pois que se vive o cotidiano,
pois é compulsório enfrentar o limite de cada dia.
E nem por isto se quer menos,
antes ao contrário, já não basta a si,
o ego não se basta.
O Todo que desconhecemos é convite,
o céu é um oceano de luzes  
que confunde a razão.
E o peso do corpo
já se faz por demais,
pois que o olhar do louco
almeja o voo ao infinito.
E em que pese o ego
que almeja os outros,
como evitar o próprio delírio,
a sua particular utopia?
Pois que antes ser o perdido,
do que ser aquele que não se encontra,
antes supor-se em erro,
do que abandonar a esperança,
persistir nas queridas ilusões
do que enfrentar a realidade.
Pois afinal seria a realidade tão real assim?
Estúpida hipótese, renunciar à realidade
é perder a base científica,
é não ter parâmetro.
E assim, melhor é criar um personagem,
um aventureiro perdido 
de histórias já esquecidas.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 04/12/2009
Reeditado em 02/11/2017
Código do texto: T1960332
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