EXISTÊNCIA

Quando a existência revelou-me ao mundo,

E tomei mesmo consciência de mim,

Percebi que havia sido expulso da eternidade,

E condenado a viver na pendular realidade

De um sonho oscilante, breve, profundo...

Átimo de angústia no tempo sem fim!

Meus olhares interiores me fizeram ver

A contradição sutil da minha sorte:

Um espírito fugindo da morte,

E um corpo querendo morrer!

Liberdade! Liberdade!

Nesta condenação de amar-te

Eternamente,

Meu espírito flutua além da linha do horizonte,

E meu corpo caminha sem saber para onde;

É verdade, a mais pura verdade,

Que um hemisfério de mim é o que escolhi

Para me definir;

O outro, tudo o que apenas imaginei

Que em mim pudesse existir;

Se prefiro a noite fria

Ao calor do dia,

Eu ainda não decidi,

Deus que o diga, não sei!

Não sei se o que vivo é dor,

Se é náusea de amor,

Ou se é arte

Simplesmente!

Nos versos que nascem da volúpia passageira,

Conquisto a liberdade na poesia, ainda que pretensa;

Que ela não tenha sempre uma existência verdadeira,

Mas, quando a tiver, que seja bela e intensa!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 29/08/2013
Reeditado em 25/12/2013
Código do texto: T4457859
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