Dor de amor

Nem mesmo sei se o caso é de poesia

Talvez seja mera oposta expressão de alegria

Ao caso não cabe nada de épico, nem glória

É mais como um caminhar, estradar, trajetória

Para um bom ouvido, melodia rara,

Pra outro menos sensitivo, é som que não se repara

Pode soar como estória, dedicatória

Confissão a sós, a meia voz

Olhos em nada imersos

De um coração amante, em cores, em sons dispersos

Miragens, constelações, lívidas visões

Como contas de um rosário antes da missa no campanário

Alma ferida, pela vida

Será mesmo necessário a todos sorver o fel cruel?

Alma amante, presa à tristeza

O momento é de dor, amargor

Seria então o começo da cura, da grande desventura?

Não para, prossegue a viagem, noutra linguagem

Já nem se teme o precipício do início

Nem a surpresa desatino, de tão ignoto destino!

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 08/10/2013
Reeditado em 09/10/2013
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