Um dia antes da primavera

A passagem da madrugada foi meus sonhos e mistérios , atravessou o horizonte dos meus pensamentos já acordado. A Manhã já estava brotando, teria que mergulhar para um outro dia. Como não havia ainda claridade, a aurora preguiçosa parecia ter a preguiça de um pescador deitado em sua rede de descanso , não permitia por instantes deixar os primeiros raios de luz beijar as frestas de minha porta.Meio sonolento ainda , mirei meu pequeno abajur pra ascende-lo. Ao toca-lo o botão a primeira imagem que vi e toquei foi o relógio de bolso antigo que era de meu avô , senti toda uma aura de sentimentos e melancolia de um passado, tão simples como desfolhar um diário de poemas já compostos. Forças de proteção na alma e ter o encanto de nascer em lar de camponeses simples e, amor esbanjava a minha alma.Sentado em minha mesa de mármore fria e com uma xícara de chá da hortelã , o tic, tac, do velho relógio de bolso anunciava 04:18 hrs. da manhã . o perfume da hortelã me fez lembrar o perfume no outono na fazenda , quando as folhadas de eucaliptos forravam o chão como tapete,

que recebia a relva na madrugada exalando perfume da roça e cheiro do eucalipto e, o zumbido dos ventos que cruzavam dos outeiros e suavizava minha pobre alma infantil que tanto amava se espalhando pelos campos.

Ah meu Deus ! quem dera vestir-me de infância novamente e, por alguns minutos voltar aquelas tardes que de longe ouvia-se o canto do tico-tico , tão mateiro , tão melancólico, que as tardes as vezes se prostrava aos pés do sol para implorar que se atrasasse , para ouvir os cantos dos pássaros , sentir o perfume da relva e ouvir o silencio dos verdes cafezais em flores.O ultimo suspiro da tarde eram as cigarras que declaravam abertamente aos verdes campos a entrada noite. O céu era o verdadeiro céu sem, postes de energia as estrelas eram mais verdadeiras , minha alegria se findaria no andarilho vaga-lume que com seu farol aceso partia no silencio da madrugada , seu destino não sei até hoje.

Assim , nesta madrugada partiu o ultimo dia do outono e, nasceu o primeiro dia da primavera, estou a procura de uma cor perfeita de paz, o olhar mai puro possível e o perfume mais suave e pessoal pra minha alma.

Joseph Schiavinotti
Enviado por Joseph Schiavinotti em 12/10/2013
Reeditado em 27/02/2017
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