Para que Descanse Realmente em Paz

Em dia de santo ou depois de uma festa quase esquecida

Fez-me no susto de ouvir tocar na madrugada

Notícias que uma hora sempre são dadas

Aceitas assim por mim, mas nunca desejadas

Do dia de ontem que não fui ver

A ultima vez com vida, quase não respirando

Limpei, mas já faz uma semana

Nessa hora, eu estava fazendo a mesma coisa que estou agora

Mas penso que cercar um corpo sem alma não faz sentido

O que está ali traz a memória

Mas traz de uma forma tão arcaica da Idade Antiga

Que deixa-me inquieto forçando, mas as vezes, doendo

Ninguém gosta, mas vai e ora

Consideração é ver pessoas imóveis

Num ambiente que diferencia-se da rua logo ali

No peso da alça de uma cena de filme

Ora, eu fui feito para celebrar a vida

Ver as partes dolorosas e clichezentas do outro lado

Faz-me apenas querer cantar a sua parte boa mais a cada dia que passa

Estou para cantar a alegria de saber viver e morrer

Meu princípio é aquele que da cor ao mundo

A poesia deve nascer no coração de quem ainda vive

Não circundar respirações que não são encontradas

E limitar-se a orar chorando ali, apenas na saudade

Ver que a honra da descoberta do mistério fora cedida a tal

Por que querer ver continuar sofrendo

Se agora afirmam estar descansando?

Essa tal limitância dogmática...

Devemos sentir o bom da saudade que ainda sobra

Ao invés de acompanhar palmos acabados

Ocupar nosso coração com coisas boas

Mesmo que o tolo ao lado sempre leve para o mau caminho

Que faz-se criticar pela cultura cega ao lado

Que resume-se no método arcaico que ainda é seguido religiosamente

Que não mostra os horizontes da vida para acalmar o coração

E, assim, trazer a paz que desejamos por dizer para ser descansada

Luan Tófano
Enviado por Luan Tófano em 06/11/2013
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