Para que Descanse Realmente em Paz
Em dia de santo ou depois de uma festa quase esquecida
Fez-me no susto de ouvir tocar na madrugada
Notícias que uma hora sempre são dadas
Aceitas assim por mim, mas nunca desejadas
Do dia de ontem que não fui ver
A ultima vez com vida, quase não respirando
Limpei, mas já faz uma semana
Nessa hora, eu estava fazendo a mesma coisa que estou agora
Mas penso que cercar um corpo sem alma não faz sentido
O que está ali traz a memória
Mas traz de uma forma tão arcaica da Idade Antiga
Que deixa-me inquieto forçando, mas as vezes, doendo
Ninguém gosta, mas vai e ora
Consideração é ver pessoas imóveis
Num ambiente que diferencia-se da rua logo ali
No peso da alça de uma cena de filme
Ora, eu fui feito para celebrar a vida
Ver as partes dolorosas e clichezentas do outro lado
Faz-me apenas querer cantar a sua parte boa mais a cada dia que passa
Estou para cantar a alegria de saber viver e morrer
Meu princípio é aquele que da cor ao mundo
A poesia deve nascer no coração de quem ainda vive
Não circundar respirações que não são encontradas
E limitar-se a orar chorando ali, apenas na saudade
Ver que a honra da descoberta do mistério fora cedida a tal
Por que querer ver continuar sofrendo
Se agora afirmam estar descansando?
Essa tal limitância dogmática...
Devemos sentir o bom da saudade que ainda sobra
Ao invés de acompanhar palmos acabados
Ocupar nosso coração com coisas boas
Mesmo que o tolo ao lado sempre leve para o mau caminho
Que faz-se criticar pela cultura cega ao lado
Que resume-se no método arcaico que ainda é seguido religiosamente
Que não mostra os horizontes da vida para acalmar o coração
E, assim, trazer a paz que desejamos por dizer para ser descansada