JUVENTUDE NEGLIGENCIADA

JUVENTUDE NEGLIGENCIADA

Já sinto uma dor tão doída!

Prematuramente, já lamento o que perdi.

Quantas primaveras eu não contemplei

E em inúmeros verões eu me escondi!

Quantos versos lindos deixei de declamar!

Talvez por timidez, comodismo ou tolice.

Sei que negligenciei minha própria vida

E agora, mais iminente, eu temo a minha velhice.

Quisera eu voltar, penar mais, chorar mais, sofrer mais,

Mas ter me entregado à explosão do amor e do prazer.

Lamento não ter as sete vidas dos felinos

E só em uma delas, mergulhar sem reservas, sem medo de sofrer.

O inusitado frescor do “Faz sem pensar”

Não sei por que eu não arrisquei!

E por mais que eu resgate algumas primaveras,

Houvera sempre verões que eu negligenciei.