MÁRANHÃO

MÁRANHÃO

Carnificina menina

Lá no Maranhão

Da tia Roseane

Que não anda de ônibus

Mas prega a mobilidade

Que não come galinha crua

Nem caviar na rua

Presa no palácio

Coberta de “pedrinhas” preciosas

Que é contra a riqueza

Uma incoerência coerente

Que gera violência e mata gente

E que a virulência

É coisa da imprensa

Que assassina camarão

Que mata lagosta

E manda pro céu

A pobre menina rica

Que no ônibus

Morre

Para deixar o inferno

E entrar no reino dos céus

Cercada de anjos

Livre dos Luíses

Dos brioches

Dos broches e comendas

Que enfeitam as lapelas

Dos que dominam

As capitanias hereditárias

Do gigante adormecido

Em berço esplêndido

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 11/01/2014
Reeditado em 12/01/2014
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