DESABAFO
José Ribeiro de Oliveira
Que fonte mais abundante
De poesias tão belas
Enquanto eu faço toadas
Trovinhas simples, singelas
Onde se inspiram tanto
Pra brotar tanta beleza
Será que é da mesma lua
Vista com mais agudeza
Ou será que o sol é outro
E outra a natureza
Donde jorram tanto encanto
E versos com tal nobreza
Nem me atiro mais em prosa
Pois é grande a humilhação
Dessa estirpe de poetas
Que causa admiração
Parecem brincar com as letras
Como fossem borboletas
Amarrando num cordão
Qualquer dia levanto bravo
Acabo com a concessão
E vou buscar na mesma fonte
Toda essa inspiração
Aí vocês vão ver dureza
Cordéis, trovas poesias
Disputar bilheterias
E não vai ter pra ninguém
Mas antes disso me digam
A gente escreve pra quem?