O problema pode estar no rótulo
A maconha
e seu rótulo de vergonha.
Não que eu seja usuário
e nem latifundiário eu sou,
mas meu avô indígena usava.
O homossexual
e a sua estranha preferência,
mas qual a diferença
entre os cidadãos?
Dois irmãos,
mas cada um com o seu paladar
e isso não quer dizer
que eu tenha me deitado
ou que queira me deitar.
Azar.
A prostituta discriminada,
mas usada,
pois senão já teria desistido.
O libido, o libidinoso.
O proibido é mais gostoso.
Podemos ter aversão
ao sexo oposto
e casarmos.
Tudo uma questão de aparências,
o problemas são as consequências.
Podemos fumar nosso baseado escondido,
mas quem se esconde é bandido,
por isso prefiro a minha droga oficializada,
fabricada pela Souza Cruz.
Quem crucificou Jesus
pode não ter tido outra opção.
Alguém disse que alguém falou
e que dor a fofoca pode causar.
É mais difícil amar.
Difamar é bem mais fácil.
Durante muito tempo
minha mãe utilizou Bom-Bril,
quando na realidade
estava utilizando esponja de aço.
Usou Q-boa,
mas era, na verdade,
água sanitária.
Rotular pode ameaçar o produto
ou prejudicar o indulto.
Mas, e se for de forma negativa?
Por isso viva e permita viver.