O RACISMO

Tu és a praga que mergulha o cérebro de um fraco

A lâmina cortante que aleija o coração negro

Onde o branco se envaidece…

Pensando que o negro é um animal

Confundindo o mulato

Que também não passa de um negro…

Porque mistura de preto é com o branco,

E atribui-se-lhe a negritude

Oh, racismo!

Tu és a pragana infernal que ataca o homem preconceituoso,

Que me veja como um macaco asselvajado

Deixando-me feito uma fera raivosa e revoltosa

Oh, homem fraco!

Que odeias aquele que nem mal algum te fez.

Porque me vês como um ser inferior do que pessoa?

Se o que você tem, também o tenho?

E o que sentes, é o mesmo que sinto?

Não é da mesma cor o sangue que te circula nas veias?

Não tens tu, tudo que te compõe e eu também?

Deixa pra lá o preconceito irmão!

Pois é este que te separa de mim, como teu irmão

Afectando-me eu que sou negro,

E devorando os miolos seus, tu que és branco

Pensando que sou medíocre, não valho nada

E só você é pessoa

Ah, se soubesses o quanto valho!

Não virias nessa terra negra,

Onde é a fonte dos teus mantimentos

Ah, se eu fosse um macaquito…!

Tu, não me falavas

Porque as vezes raciocínio bem melhor

Agora tu vens nessa África minha,

Querendo saciar a fome que te devora

Oh, irmão meu!

Deixe p’ra lá o racismo e o preconceito

Que devora os seus miolos

E que amordaça o coração meu!

Moisés António
Enviado por Moisés António em 30/04/2014
Código do texto: T4788548
Classificação de conteúdo: seguro