O RACISMO
Tu és a praga que mergulha o cérebro de um fraco
A lâmina cortante que aleija o coração negro
Onde o branco se envaidece…
Pensando que o negro é um animal
Confundindo o mulato
Que também não passa de um negro…
Porque mistura de preto é com o branco,
E atribui-se-lhe a negritude
Oh, racismo!
Tu és a pragana infernal que ataca o homem preconceituoso,
Que me veja como um macaco asselvajado
Deixando-me feito uma fera raivosa e revoltosa
Oh, homem fraco!
Que odeias aquele que nem mal algum te fez.
Porque me vês como um ser inferior do que pessoa?
Se o que você tem, também o tenho?
E o que sentes, é o mesmo que sinto?
Não é da mesma cor o sangue que te circula nas veias?
Não tens tu, tudo que te compõe e eu também?
Deixa pra lá o preconceito irmão!
Pois é este que te separa de mim, como teu irmão
Afectando-me eu que sou negro,
E devorando os miolos seus, tu que és branco
Pensando que sou medíocre, não valho nada
E só você é pessoa
Ah, se soubesses o quanto valho!
Não virias nessa terra negra,
Onde é a fonte dos teus mantimentos
Ah, se eu fosse um macaquito…!
Tu, não me falavas
Porque as vezes raciocínio bem melhor
Agora tu vens nessa África minha,
Querendo saciar a fome que te devora
Oh, irmão meu!
Deixe p’ra lá o racismo e o preconceito
Que devora os seus miolos
E que amordaça o coração meu!