Nuvens espessas

Espessas formam-se as nuvens

Carregadas de cor e de penas,

Das penas caladas na alma,

Na alma em que o penar reza

Quem como ao céu acena

Sem disfarce, rogando à arte,

No Deus de quem ela é parte,

Que as espessas nuvens errantes,

Sejam brancas, fugazes, serenas,

Caminheiras em cantilenas

E seja a tormenta estandarte,

Fechando-me o inverno, destarte.