Em busca da poesia

    Rosa vermelha, aveludada
     vermelha rosa encarnada.
       Rosa, rosa, rosa...
   Em ti procurei poesia
  Mas tu  flor airosa
   Tu te envolves em seda fria
  e vaidade... Ai_ rosa!

     Tua beleza falaz persegui
     mas tudo que vi aqui, ali
    foram augúrios, pressentimentos...

     Já consentia na despedida
    Quando em breve assentimento,
   deitei olhos e cabelos,
   na pedreira do caminho,
  na ingreme estrada dos homens
 cotidianos, mortais criaturas
 que sonham, semeiam  ais.
 Garimpei aí poesia, cobri-me de zelos
rosa vermelha, rosa encarnada.
E eis que da humana, aberta ferida
da carne, do sangue na estrada,
a  poesia deu-se enfim por encontrada.
 

    
  


     
  
 
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