Insônia
A noite estava muda.
O tempo dormia,
A boca bocejava
E só se escutava,
O som do silêncio.
Onde estão os gritos,
Os berros, uivos e latidos.
As vozes e os gemidos.
Só se ouvia o tic tac sonolento,
Do relógio de parede,
Batendo no fundo da minha cabeça.
Tão cheia e imensa,
Da ausência de um gole de sono.
De lado...
Uma cama enorme,
Que cospe e me rejeita.
Os olhos no fundo e despregados.
Corpo exausto e cansado,
De um grande vazio,
De uma noite sem fim.