DESAFOGO SENTIMENTAL
Desde pequeno suportando os pesares da vida
Cadê Deus? Porque permite o meu sofrer?
Perguntas depois repetidas
E respondidas com as correções do tempo.
Água da cacimba do meu sentimento
Jorrando na vida a me esperar
Matando a sede, a ânsia de viver
E o choro pelos abandonos.
Depois a reviravolta
Fico mais forte a suportar
E de pirraça torno-me bom em vez de mau.
O que sinto eu falo e o que falo eu sou.
Hoje, a minha volta por cima
Traz-me para os cantos de Minas
Retorno ao barroco
Ao sussurro da rouquidão mineira.
Não espero as mesmas coisas
Mas, um mergulho de lembranças digeridas,
Nos caldeirões do Jequitinhonha
Para um renascer mais forte.
E de braços abertos, gritar bem alto
Num desafogo sentimental.
(17/07/2014)