“quase nada”
À sombra do abacateiro,
meu pensamento se pôs a divagar.
Meus olhos viam tantas belezas,
e a mente se pôs a trabalhar.
A imaginação viajou pelo tempo,
na tentativa de versos criar.
As mãos se puseram a escrever,
pra finalmente a rima se materializar.
Observei o céu, as nuvens e as plantas.
Senti o vento minha pele tocar.
Senti a efemeridade do tempo,
de como em uma fração de segundos,
toda a paisagem pudesse mudar.
Ali à sombra do abacateiro eu estava,
entre os insetos e grandes árvores a me sombrear.
Enquanto tudo observava,
me pus novamente a pensar:
Será que tinha um ser superior
que do alto pudesse me observar?
Diante de insetos e plantas pequenas,
me senti um gigante no mundo.
Era eu o ser dominante,
de um outro ser superior oriundo.
Continuei a paisagem contemplar,
para o alto me pus a olhar.
Percebi então que eu era,
uma fagulha de pó, solta no ar.
Diante do Cosmos imenso e belo,
alguém lá do alto, deve pensar:
Que ser tão pequeno é esse,
que acha o mundo poder dominar?
Imaginei-me posta diante de uma escala,
em forma de pirâmide e números a destacar.
Humildemente abaixei a cabeça,
percebi que no topo jamais eu ia estar.
Fiquei olhando os números
em seguida me pus a contar;
Estava eu, na escala negativa,
abaixo dos insetos e das areias do mar.
Solta, jogada ao vento;
dominada pela grandeza do tempo,
da natureza,
do universo e
da força
do ar.
Inspirada na aula de Estatística, ministrada pelo prof. Dr. Cesário, na FATEC de Itapetininga - Curso Tecnólogo em Comércio Exterior.