NOSTALGIA MINEIRA
Eu sou do tempo que as mulheres
Não eram vistas como cachorras
E não atiçavam tanto as novinhas
A serem defloradas, antes do amor.
Dávamos voltas num quarteirão
Por um olhar, um sorriso e um cortejo.
Uma música tocada no violão
Substituía o ronco de um motor potente.
Em vez de "véi", dizíamos colega, cara...
Cheirávamos a fragrância da vida,
Fumávamos a essência do saber
E bebíamos com gosto a lucidez.
Hoje, remando contra a maré
De valores invertidos
A paciência germina a semente
E a esperança talvez faça florescer.
(29/08/2014)