NOSTALGIA MINEIRA

Eu sou do tempo que as mulheres

Não eram vistas como cachorras

E não atiçavam tanto as novinhas

A serem defloradas, antes do amor.

Dávamos voltas num quarteirão

Por um olhar, um sorriso e um cortejo.

Uma música tocada no violão

Substituía o ronco de um motor potente.

Em vez de "véi", dizíamos colega, cara...

Cheirávamos a fragrância da vida,

Fumávamos a essência do saber

E bebíamos com gosto a lucidez.

Hoje, remando contra a maré

De valores invertidos

A paciência germina a semente

E a esperança talvez faça florescer.

(29/08/2014)

João dos Reis Filho
Enviado por João dos Reis Filho em 29/08/2014
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