Amnésia
Lembra-se da chuva que chove?
Do pássaro que pia? Do sol que brilha?
Da lágrima que escorre? Do gosto de uma ervilha?
Em 1984 nada se rememora. Em 2014 tudo aflora...os não-olhares, não-falares, não-pensares e sim-celulares. A memória tornou-se o vício que ilu(de)mina os rostos frágeis e maquiados. Botões algemam dedinhos de marfim e o bipe os chama, para a burocrática obrigação de se auto enganar. Na vida mecânica, o rei é quem se entorpece com a lua.