Tráfego
Caminha, perambula na rua escura
À espera da bela lua nua
Que nunca em vida via
Mas, agora que quase morre, desafia
No caminho obstáculos, espetáculos, aplausos
Entre um devaneio e outro cai absorto
Louco diante de um sonho impossível
Somente para os que não sonham
Pedala na sorte de um corte
Um tombo no meio do caminho
Um hino que brade até o fim
Que o lembre da vida que nele habita
Ao fim é mais um a perambular
Por calçadas, praças e estradas
Perambula até que o dia amanheça
E se esqueça de toda a dor
Que o tédio dos dias comuns
Que insistem em um tornar mais um
O lembram todos os dias
Quando acorda e começa a pedalar
Andarilho das sombras