Ciclo natural

No conforto do meu lar,

com a presença dos meus filhos,

não frequentemente,

pois graças ao Pai, não são doentes

e assim como eu um dia,

têm que procurar o seu lugar na Terra,

porque o céu pode esperar.

Sonhos que eu plantei

e acompanhei, mas não sei

se me acompanharão.

Pertencem ao mundo, são de Deus

e um dia também semearão os seus,

com os mesmos princípios,

também saltando precipícios,

pois viver nunca foi fácil

e nem nunca será.

Suei e eles também hão de suar,

faz parte e fiz a minha parte,

mas a preparação e o pão,

eu pude lhes garantir

e continuarei garantindo

e sorrindo, pois também sorri,

até que a sombria noite,

com seu assopro,

venha as minhas pálpebras fechar,

como é de praxe,

na eterna prática do renovar

e eles hão de chorar,

mas inexoravelmente,

suas vidas terão que continuar,

até o seu findar,

como todo rio,

que um dia terá que desaguar no mar.

Um ciclo natural, contra o qual

não nos cabe lutar

e nem há como represar,

só repensar.