Missão de Maqueiro

Maca branca, lençol branco,

Corpo quase incolor.

E o maqueiro, meio manco,

Segue pelo corredor.

A maca fria e inclemente

Ruma para o necrotério.

O morto é um indigente,

Sua morte, um mistério.

O maqueiro mostra calma;

Mantém firme o coração;

Não traz tristeza na alma:

Cumpre só sua missão.

E, como o morto, indiferente

A qualquer dor ou sofrimento,

Ele é frio e nada sente:

Nem remorso, nem lamento.

O maqueiro lembra a morte,

Anunciada ou de repente,

Que leva o fraco e o forte,

O errado e o decente.

A morte é sempre implacável;

É mensageira certa e fria.

Por ninguém manipulável,

Jamais se engana ou se adia.

Josué Batista
Enviado por Josué Batista em 06/10/2014
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