A COBRA DO MUNDO
Foi preciso chegar aos trinta e nove anos
Para começar compreender
Porque sequer usamos dez por cento da nossa capacidade mental
Destruiríamos o planeta, noventa por cento, mais rápido.
Extinguiríamos noventa por cento
Das espécies que ainda restam
E estaríamos no mais catastrófico desequilíbrio.
Já estava tudo claro, e eu não via
Nos ditados populares, não intelectualizados
"Deus não dá asas a cobra"
Nós é que somos a cobra do mundo
Demos a ela nossa culpa, desde o primeiro pecado.
O seu veneno também é nossa cura
Mas, não é o antídoto para combater
Todo mal que produzimos.
Rastejamos depois dos três anos
Perdendo a inocência, ensinados a competir, consumir...
A dar botes de hipocrisia.
Talvez precisássemos de mais dez por cento
Para rever nossas crenças
E os porquês da nossa existência.
(07/11/2014)