Um carrasco chamado: tempo.

O tempo, ardiloso ladrão

que rouba nossas horas, impiedosamente.

Nossos momentos dourados, ou penosos...

Assim vão-se os anos primaveris.

Arrefece a paixão, o ardor do verão efervescente.

E sem nos darmos conta uma brisa sopra

languidamente ao cair da tarde.

Sombras outonais se avizinham.

Nuvens sombrias anunciam a negridão da noite.

Rígido inverno titila nossos ossos.

E num tremor, lépido e tétrico,

sentimos sua mão estendida a nos tocar.

A ceifadora... que chega a seu tempo.

O tempo, a ceifadora...

Ambos se coadunam.

Já não sei qual deles é mais cruel.

Mas creio que é o tempo.

A ceifadora apenas dá o golpe de misericórdia.

Edir Araujo
Enviado por Edir Araujo em 09/12/2014
Reeditado em 08/09/2019
Código do texto: T5063266
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