Tormenta passageira.

Uma e outra as nuvens se formam.

Colossos que ao res do mar enegrecem.

Efêmeros pendões, desabrocham

Em borrasca outonal e passageira.

Chumbeiam o azul num abraço sem toque,

Na promessa de invadir a terra inteira

Em tenebrosa aguaceira com odor de maresia.

Beijam o horizonte volúveis companheiras...

Das sereias espargem, ao vento, a mórbida sinfonia,

E faiscantes, rumorosas, já distante ecoam

Desvanecendo o dorso da passada tormenta;

O encapelado cinza dissipa-se de norte a sul

E não ouve mais seu vão rugir insano.

O firmamento restaura-se na calma azul;

Beijam-se enfim céu e oceano.