Marte
Nessa viagem cósmica perdida me encontrei em transe
Viajando eons de existências antigas por um espaço vazio
Nós tão pequenos que buscamos entender a complexidade dos dias
Somos meros espectadores desse baile de máscaras remanescente de tempos imemórios
O vislumbre de algo vermelho no nada me força a pensar
O que somos?
Quem somos?
E até onde posso ver, essa imensidão escura turva meus sentidos
Mantém minha visão focada em algo sem forma e sem destino
Um propósito malévolo se esconde em cada sombra
E anos luz de uma realidade tardia eu tento pensar
Como poesia esse mar desértico vem a mim
Meus ouvidos se enchem de uma angústia que a muito não sentia
Sons de um passado de glórias remotas e esquecidas no tempo
Eu que esquecera meu antigo caminho
E agora me dirigia a um novo rumo
Buscava forças no vazio para sanar a falta que um certo passado me trazia
...as vezes...
E o vento que toca a pele do meu rosto não é mais o mesmo
O som de seres desconhecidos cantando sua melodia soltária ao longe não é mais o mesmo
O brilho da aurora se tornou desconhecido
...não é mais o mesmo...