Cotidianismos.
Em todas as tardes me pego a filosofar sobre o grito do povo,
As lagrimas da mãe aflita, sobre o pai que luta para por o pão a mesa.
Sobre o homem que não se importa.
Em muitas manhas acordo com os gritos do vizinho demente,
Da mulher que apanha e sofre calada
Do filho carente que clama atenção
E da mãe que pena por não ter dado atenção ao filho enquanto havia tempo.
Ouço na noite sirenes, buzinas, músicas de variados gêneros.
Vejo danças de múltiplos gestos, pensadores indigestos.
E políticos que me desanimam.
E na pauta de descontento
Fecho os olhos em desalento
E me deito às vezes desacompanhado
Preparando-me para o novo ciclo.