Estranheza

Pare, pense e veja

Se realmente conhe-me

Tens mesmo essa certeza?

Que sabes de quase tudo

Daquele com quem convives, deita e adormece.

Meus medos, pesadelos, sonhos e desenganos

Nem sempre são lúcidos e poucos transparecem

E em meus pensamentos nem sempre

Sensatos e insanos

A velha indagação:De onde vim, pra onde vou, volta e meia aparece.

Pensas que sabes tudo a meu respeito

Devias preocupar-se minha cara

Pois, nem eu tenho esse direito

Surpreende-me, nunca foi coisa rara.

Cada vez que amanheço

Evito ver-me refletido no espelho

Para não ter aquela sensação muito estranha

De que não me reconheço.

jpsantos
Enviado por jpsantos em 14/03/2015
Código do texto: T5170155
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