Olhar Melancólico.
Tudo isso passou e acabou.
Como se nada tivesse existido.
À distância ficaram os sinais.
De um mundo de puro mistério.
Sinto no peito a dor.
Das coisas imaginadas.
O tempo foi curto.
A imaginação não representou.
Não sei o que devo dizer.
Mas o pensamento foi o mais absoluto.
Delírio.
A alma solitariamente perdida.
Sem pronúncia.
A lógica da mentira.
O dizer das diferenças.
Quando não houve sequer existência.
Como se não tivesse acontecido.
Os amanheceres.
Uma onda de sombra.
Posteriormente, o esquecimento.
Como se nada tivesse acontecido.
Um sonho exaurido.
Desvendado por palavras não escritas.
O silêncio profundo.
De quem pode entender todos os dizeres.
Em uma noite escura cheia de estrelas.
A intensidade da madrugada.
Preso ao olhar mitigado.
Solitariamente como se fosse à efetivação.
Mas eles não estavam em seus lugares.
Os olhos cheios de lágrimas.
As ausências das recordações.
A última vez que subiram as enseadas.
Tudo era belo.
Como se o tempo fosse eterno.
Do mesmo modo aqueles instantes.
Passou-se o fluído até mesmo o vento.
Findaram-se as recordações.
O olhar pesaroso.
A lógica dialética.
Da evolução complexa do DNA.
Resquício dos sonhos.
Que foram esquecidos.
Como se história não tivesse realizada.
Mudaram-se as formas.
Conservaram-se as substâncias.
Como se a realidade fosse diversa.
Choro infantil.
Segredos escondidos.
O que deve ser dito.
A realidade de tantas diferenças.
À volta.
O olhar infinito.
O céu ainda era azul.
O resto completamente diferente.
Ate mesmos os trilhos.
As passadas não foram resgatadas.
Voltar e refletir.
O motivo de tudo ter-se mudado.
O momento de calmaria.
As falas e as destinações.
O que sentiam as emoções.
A mais dura eternidade.
Como sempre tinha modificado.
Quando silenciosamente.
A memória não pode mimetizar.
O entendimento era completamente.
Irracional.
Mas o instante ainda haveria.
De perdurar.
Entretanto, quem poderia auscultar.
As significações.
Indeléveis as últimas palpitações.
O momento mais obscuro das eternidades.
A voz estremecida ancorou nos olhares.
O que havia eram somente outras paisagens.
Melancólicas.
Adormecidas.
Como se mundo apenas repetissem.
Os pesadores do passado.
Edjar Dias de Vasconcelos.