OUTONO! (um poema para entender como você quiser!)

Fechou-se o ciclo.

Amarelou tudo.

Secou!

As árvores são garras

tentando alcançar o céu...

Vão longe os dias

Quentes e ensolarados!

Cheios de propósitos,

De janelas abertas,

De falas ao vento!

Agora,

A temperatura caiu.

Esfriou. Muito!

Fala-se a portas cerradas.

Esgueira-se pelos corredores.

Teme-se o estalar das folhas secas.

O rugir vestiu-se de sussurros.

A voz potente e os gestos emblemáticos

São, na estação morna e envelhecida,

Mímicas grotescas e patéticas

Na inútil ânsia de retomar

O verão.

Ah! Mas este já vai longe...

Um a um os sois tombaram.

Ao longe, ouve-se a voz rouca do esquecimento.

Da solidão amarga pelos erros cometidos.

Outono!

Resta pouco para se recolher o que sobrou.

O navio se afasta melancolicamente.

O farol tem a luz frouxa da estação.

Outono!

Sobraram as folhas...

secas, levadas pelo vento!

Anna del Pueblo
Enviado por Anna del Pueblo em 24/03/2015
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