MOMENTOS (Florescência) Concepção

CONCEPÇÃO

Fila Sabino

Levo a vida em preto e branco sempre a querer

Resolver a dor do pranto sem sofrer...

Risco em tábulas, papiros e pergaminhos:

O homem tem que exaurir as curvas do caminho!

Os astros deixam rastros e senhas no infinito

A dor que a estrela sente nunca foi escrito!

O corte que causa morte não cicatriza

Se não se vê dor no olhar de Monalisa!

A mão que concebe a cria não permite em si

Que o criador também sente dor quando vai parir!

A corte que os seres enredam sob o arco-íris

São cores matizando dores que de fato existem

São flores cortejando dores que da sorte esquivam

São dores revelando amores que de fato sentem!

Os laços que enredam histórias que das dores sangram

São sonhos colhidos das lágrimas que as flores choram

Ao perfumar cortejos de amores partidos, desalgemados

Na sentinela do último olhar de corações desencarnados!

O pranto que abandona os olhos pós o desconforto

É a absolvição da dor que nos legou o morto!

Deflagram visões paradoxais

Sonhos excepcionais

Forças paranormais...

Cores pintando dores que morreram amores

Flores ornamentando dores que morreram cores

Cores reencarnando dores que morreram amores

que plantaram flores e nasceram sonhos

que geraram laços que enredarão histórias de um arco-íris novo!

No ato

No pacto

No prazer cinzelam...

No parto se vive e se sucumbe dor

Ao se conceber corpo e alma o verdadeiro amor!