Defendo quem amo!

Defendo quem eu amo!

Jorge Linhaça

Defendo quem eu amo

Inda que as cicatrizes se rompam

Inda que mentiras pareçam verdade

Inda que o choque impeça a visão.

Quando se derribam as farsas montadas.

Defendo quem eu amo

Inda que a chantagem dos vis

Se erga das frestas, sorrateira,

Inquietando as almas debilitadas.

Defendo quem amo

Dos vampiros insaciáveis

Que se ficam na jugular eternamente.

Das lisonjas ardilosas dos de duas caras.

Defendo quem amo

Pra devolver-lhe a liberdade esquecida.

Pra libertá-la de escombros alheios

Que lhe fizeram crer serem seus.

Não chantageio suas emoções,

Não sequestro almas, nem faço reféns.

Luto e batalho de peito aberto

Inda que as frechas me rasguem a carne.

Inda que os olhos acostumados às trevas

da lisonja sem fim não suportem uma nesga de luz.

Inda que a única resposta pra todas as perguntas

e colocações seja sempre um irônico e agressivo:

E daí?