Que pena! Da pena!

Um gato espreita

O pássaro alheio que vaga

Caça alimento

Num lapso de tempo

É vitima protéica felina

No plano de ataque matutino

As vespas perversas

Dispersas e dissimuladas

Espalhadas feitas as penas

No resto do pássaro alado

O sangue jorra

Vermelho igual ao solo

E alguém lamenta

A falta da margarina

Na manhã fria

Chora a perda da velha calcinha

Esquecida num leito ausente

Displicente Constato

Que o sangue é igual ao meu

E pulsa nas veias vivas

As plumas voam

Soltas no vento

Dispersas, intrépidas e entristecidas

Fora do corpo apenado do pássaro

Que pena, apenas mortas, mortas também as penas

É pena, só pena

Lastima e entretêm

Na velha crise que não passa

Contem falta de vontade

Deplora, explora a quem lhe convém

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 31/05/2015
Reeditado em 31/05/2015
Código do texto: T5261180
Classificação de conteúdo: seguro