DEVANEIOS DE UM POETA

Sentado sozinho na beira de um rio,

Converso de novo comigo mesmo.

Muitos lapsos soltos nesse clima frio

Ajudam-me a olhar somente o esmo.

Ao meu redor, vejo só duas cores,

É apenas o que consigo distinguir.

Nem sinto mais o cheiro das flores,

Tento, mas é difícil para conseguir.

Busco entender então essa razão

Para explicar tudo que sei de mim.

Pergunto assim ao meu coração:

-Afinal, quando isso vai ter um fim?

- Quando me extrair do seu exílio!

Respondeu ele tocando-me forte.

Foi quando percebi no seu auxílio,

Que me levava pra longe da morte.

Uma pequenina e singela semente

Fora plantada agora em meu peito,

Trazendo de volta a alegria vivente,

Revivendo planos de um novo jeito.

Desperto agora nessa sensibilidade

Repleta de vários sonhos e fantasias.

Amarro no barbante minha verdade,

Agora transfigurada toda em poesias.