O QUE BUSCAR?

Um dia alguem me falou que meu problema é que busco demais.

isto me levou a uma profunda reflexão.

Chamei para uma conversa séria o coração e a razão.

Perquerindo-os: quem está no comando? Qual a minha missão? O que busco está longe, que inquieto vou sem direção? Ou perto, tão perto, que troeço, caio, me calo, cego, ferido, sem compreensão?

Astuta, gritou a razão: fizestes escolhas no passado, eis tua vida, teu presente é o pomar dos frutos que alimenta a ti e aos teus, o futuro, é este campo aberto, repleto de incertezas, com árduo trabalho para esta terra remexer, debaixo do sol quente, em meio as trovoadas, o que plantarás, poderá viver?

O coração se aproximou, me deu as mãos, levou me em meio ao pomar, sentamos, nos deliciamos, nutrimo-nos, pude ver quantas coisas boas eu havia plantado.

Foi quando então, o coração me disse: que belas escolhas fizestes na ocasião em que aqui viestes semear, vedes quantas vidas, sei que não tens mais a juventude de outrora, que teu físico acusa teus anos, mas vede aquele campo aberto, tome estas sementes, não temas o calor ou a tempestade, pois, isto não é nada diante da responsabilidade de morreres em posse destas sementes ao invés de semeá-las.

Então, eu me calei, não briguei com a razão nem com o coração e me pus a caminhar, ainda inquieto, sem saber so vou chegar, mas com a certeza que devo coisas boas semear.