Quando bate um desfecho
Queria eu que a faca quente
Desmanchasse a cor negra
De minha pele fria
Mesmo gástrico e estridente
Gostaria muito de ser por dentro
Um oceano de gotas vazias.
Calejar os pés em rachaduras
Despentear os fios ralos e secos da cabeça
Abocanhar minhas incertezas
Dobrada em prantos de joelhos
Em cima de minha alforria.
Ventre jorra mar vermelho
Cuspindo fogo pelas brechas cavernosas
Fazendo da mente triste desfecho
Falecendo o peito em agonia a toa.
No frio e reprimido leito
Aqueço o berço
De um anteposto contista
Sepultado em cortejo
Por minhas memórias no mundo varridas.
Onde quer que eu me recoste
Ou o que quer que minha boca diga
Espirrará de mim somente sangue
De uma dor não somente dolorosa
Mas de ante mão, por nós sofrida.